Empresa do Paraná cobra na Justiça dívida de R$ 115 mil de advogado morto em Cuiabá

Com a morte do advogado Roberto Zampieri foi assassinado a tiros, parcelas de um acordo comercial feito pelo jurista acabaram ficando sem serem quitadas.

Empresa do Paraná cobra na Justiça dívida de R$ 115 mil de advogado morto em Cuiabá

Da Redação
Única News


 

Uma empresa do Estado do Paraná entrou com uma ação na Justiça de Mato Grosso para cobrar o pagamento de R$ 115,1 mil aos herdeiros do advogado Roberto Zampieri (56), morto a tiros no início de dezembro do ano passado, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

Conforme a ação, que tramita na 8ª Vara Cível da Capital, o jurista não teria quitado valores referentes a compra de alfafa, material adquirido no final de novembro do ano passado junto à empresa paranaense.

Na ação, a empresária Regina de Cássia da Costa, proprietária da Campo Verde Comércio de Alfafa, localizada na cidade de Bandeirantes, norte do Paraná, afirma ter vendido produtos a Zampieri e que o primeiro pagamento deveria ter sido efetuado através de cinco duplicatas - a primeira delas com vencimento cinco dias antes de sua morte, em 30 de novembro.

O jurista, no entanto, não teria cumprido o acordo e a dívida original, de R$ 108,8 mil encontra-se em aberto.

Pelo acordo, o jurista mato-grossense deveria pagar R$ 18,5 mil no dia 30 de novembro de 2023, além de R$ 21,3 mil no dia 8 de dezembro e R$ 23,7 mil no dia 15 do mesmo mês. Por fim, o advogado deveria quitar as duas parcelas restantes, uma de R$ 21,3 mil, no dia 8, e outra de R$ 23,7 mil, no dia 15.

Por conta da morte do advogado, assassinado no dia 5 de dezembro com cerca de 10 tiros, a dívida acabou não sendo quitada e a empresária levou os valores a protesto no 4° Tabelionato de Notas e Protesto de Cuiabá.

Como não recebeu o valor, a empresária decidiu recorrer ao Judiciário de Mato Grosso para pedir o pagamento de R$ 115,1 mil, valor atualizado da dívida, com seus devidos juros e correção monetária. Caso o valor não seja quitado, foi solicitado ainda a pesquisa e bloqueio nas contas bancárias e de bens do espólio de Zampieri para garantir o repasse do montante.

O caso será julgado pelo juiz Alexandre Elias Filho, da Oitava Vara Cível de Cuiabá, que deu prazo de 15 dias para que a autora corrija a petição inicial, e inclua espólio do jurista assassinado.

“Conforme amplamente divulgado em mídia, houve o falecimento do executado. Portanto, nos termos do art. 796, do Código Civil regularize-se o polo passivo para que possa ser efetuada a citação do espólio. Decorrido o prazo, certifique-se e voltem-me os autos conclusos”, diz a decisão.

 

Reprodução/Montagem

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O instrutor de tiro Hedilerson Barbosa e o pedreiro Antonio Gomes da Silva - intermediador e executor do advogado Roberto Zampieri.

O CRIME

Roberto Zampieri foi assassinado por volta das 19h50 do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório, no bairro Bosque da Saúde, região nobre da capital.

O jurista se preparava para ir embora para casa, quando foi executado com 10 tiros dentro de sua picape Fiat Toro, pelo pedreiro Antônio Gomes da Silva (56).

Estão presos o atirador, Antônio Gomes; o instrutor de tiro e intermediário do crime, Hedilerson Barbosa Fialho; e o financiador do assassinato, o coronel do Exército Brasileiro, Etevaldo Caçadini Vargas. Até o momento, não há informações sobre a prisão do fazendeiro Aníbal Laurindo, apontado no inquérito como mandante da morte de Zampieri.

As prisões de Antônio, Hedilerson e do coronel Caçadini foram efetuadas em Belo Horizonte (MG) e região metropolitana de BH pela equipe da DHPP de Cuiabá e contaram com apoio da Polícia Civil de Minas Gerais.