Suplente de vereadora estava vendendo drogas sem autorização de facção, segundo delegado
Segundo as investigações, vítima estava ‘jurada’ de morte pela facção por vender drogas sintéticas sem autorização.
Ari Miranda
Única News
A morte da cantora transexual e suplente de vereadora Santrosa (PSDB), em Sinop, teria sido motivada pelo fato de a artista estar comercializando drogas sintéticas sem autorização da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no município, distante 500 quilômetros de Cuiabá.
A informação foi revelada com exclusividade ao Única News pelo delegado de Polícia Civil, Bráulio Junqueira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop, responsável pelas investigações do caso.
A artista desapareceu no sábado (9) e seu corpo foi encontrado decapitado e com mãos e pés amarrados neste domingo (10), em uma área de mata na zona rural da cidade. Segundo informações preliminares, a vítima foi executada em outro lugar e desovada no matagal.
Conforme o delegado, Santrosa estava “jurada” de morte pelo Comando Vermelho, por estar realizando a prática conhecida no mundo do crime como “cabritagem”, que consiste em comprar droga para revenda de fornecedor não autorizado pela facção mandante do local, ou revender sem a devida autorização do grupo.
“Ela [Santrosa] estava praticando cabritagem, vendendo droga sintética. O Comando Vermelho dias atrás deu um ‘arrocho’ nela, mas pelo jeito ela continuou, aí executaram ela”, revelou o delegado.
Bráulio Junqueira enfatizou que está descartada a hipótese de que o assassinato de Santrosa esteja relacionado a uma violência de gênero.
“Não tem nada de crime de gênero. Nada disso. O motivo foi porque a vítima estava fazendo cabritagem”, garantiu, enfatizando que a forma como a transexual foi morta é a “marca registrada” da facção criminosa para pessoas que fazem tal prática considerada ilegal pela organização.
“A forma como foi executada [decapitada] é a marca do CV para demonstrar o que é feito com ‘cabriteiros’ [sic.]”, completou.
A DHPP de Sinop segue com as investigações, desta vez para conversar com familiares e saber sobre os últimos passos da transexual, além de fatos que antecederam o homicídio e possam contribuir para as investigações do caso.
Até o momento, nenhum suspeito do crime foi identificado ou preso.
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