Cerca de 135 municípios de MT receberam R$ 345 milhões do ‘orçamento secreto’ do Congresso

REPERCUSSÃO NACIONAL

Cerca de 135 municípios de MT receberam R$ 345 milhões do ‘orçamento secreto’ do Congresso

Pelo menos 135 municípios de Mato Grosso receberam R$ 345 milhões do chamado ‘orçamento secreto’, emendas de deputados federais e senadores não identificados que são enviados pelo relator de Orçamento. Os dados foram divulgados em uma reportagem do jornal O Globo, que mostra a desigualdade no pagamento das emendas.

A reportagem obteve os dados por meio do Portal Transparência. Do número total de municípios de Mato Grosso, apenas sete cidades não obtiveram nenhum recurso: Campo Novo do Parecis, Conquista D’Oeste, São José do Povo, Rondolândia, Acorizal, Gaúcha do Norte e Campinápolis.

O município que recebeu a maior fatia do orçamento foi Cuiabá, com R$ 40,2 milhões, seguida de Várzea Grande, com R$ 34,2 milhões e Rondonópolis (a 216 km de Cuiabá), que recebeu R$ 28,65 milhões (veja aqui o gráfico com todos os municípios).

Cidades polo do agronegócio, como Sinop, foi o quarto município que mais recebeu, com R$ 22,6 milhões, seguido de Barra do Garças, com R$ 12,1 milhões. Integram o ‘top 10’ em recursos os municípios de Jaciara (R$ 9,2 milhões), Sorriso (R$ 7,9 milhões), Tangará da Serra (R$ 6,9 milhões), Vera (R$ 5,9 milhões) e Guarantã do Norte (R$ 5,7 milhões).

Em outros Estados, de acordo com a reportagem do O Globo, municípios que possuem políticos influentes receberam uma fatia maior do orçamento, com objetivos políticos. Segundo o jornal, municípios como Santana, do Amapá, que é comandada por um aliado político do presidente do Senado, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), recebeu R$ 150 milhões em dois anos – mais do que a capital do Estado, que tem uma população três vezes maior, mas que é comandada por um rival político.

O valor total do orçamento é de R$ 20 bilhões entre 2020 e 2021, e não é possível determinar o autor da emenda. Políticos de cidades menores, que fazem oposição a deputados e senadores, reclamam de articulações políticas e da dificuldade em ter acesso à verba. (Veja a reportagem do O Globo na íntegra)