Menor de 17 anos confessa que matou professor com “mata-leão” após pegar carona
Um menor de 17 anos de idade, já apreendido, afirmou em depoimento que cometeu o crime sozinho.
Uma situação “casual e fortuita” parece ter sido a causadora do assassinato do professor Celso Odinir Gomes, 63 anos, na última sexta-feira (3), data em que desapareceu. O corpo foi encontrado apenas uma semana depois, nesta sexta (10), com o corpo parcialmente carbonizado.
Quatro foram presos – dois adolescentes, de 15 e 17 aos, e dois adultos, de 18 e 20 anos – apontados como autores do crime. Denúncias da população e imagens de câmeras de segurança ajudou a Polícia Civil a chegar ao grupo.
Um menor de 17 anos de idade, já apreendido, afirmou em depoimento que cometeu o crime sozinho. Ele teria pedido carona ao professor e, depois de uma discussão – ainda não se sabe o motivo – aplicou um golpe “mata-leão” no docente e o matou asfixiado.
“Declaradamente, ele sustenta que ele teria cometido o crime sozinho, mas a existência de um possível ajuste dele com os outros, inclusive com os maiores de idade, está sendo apurado”, explicou o delegado Maurício Maciel, adjunto da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Segundo as investigações preliminares, o crime foi um latrocínio – roubo seguido de morte. O menor queria subtrair o carro do professor, além de valores e cartões, ao pedir a carona.
“A princípio, pelas declarações e pelas informações que nós temos, houve uma situação de que um desses indivíduos, o adolescente (de 17 anos), teria pego uma carona. Houve um contexto que acabou resultando nas agressões por parte desse adolescente, que acabou ceifando a vida da vítima. Todos os outros indivíduos ali que estão identificados, teriam contribuído para a ocultação do cadáver da vítima”, explicou o delegado.
De acordo com Maurício Maciel, não há qualquer elemento que aponte que os envolvidos já conhecessem o professor anteriormente.
“Nesse contexto também foi feita a subtração do veículo da vítima, sendo possível a motivação patrimonial, que se vê aqui no latrocínio, mas o contexto não indica que houvesse um conhecimento prévio, uma relação entre os suspeitos e a vítima. Aparentemente, pelo menos ao que tudo nos indica, houve uma situação ocasional, que fez com que esses caminhos cruzassem”, disse.
Desaparecimento e morte
Celso era professor de matemática e fazia parte do quadro de docentes do Colégio Salesiano Santo Antônio, em Cuiabá. Ele tinha saído de sua casa, no bairro Dom Aquino, na última sexta-feira (3) e iria para cidade de Santo Antonio de Leverger (33 Km de Cuiabá) visitar um imóvel de sua propriedade. Desde então, o educador não foi mais visto.
O veículo dele, um VW Gol de cor branca, foi encontrado pela Polícia Militar na terça-feira (7), abandonado em uma área de mata no bairro Santa Terezinha, em Cuiabá. Além disso, uma prova e dois cartões bancários do professor foram encontrados em outros dois pontos da cidade, nos bairros Jardim Imperial e Parque Cuiabá.
Equipes da Polícia Civil e Perícia Oficial (Politec) de Cuiabá ainda estão no local averiguando a cena do crime.
Posteriormente, os restos mortais do professor serão levados ao Instituto Médico Legal (IML) da capital, onde passarão por exames de necropsia.
Já os suspeitos do crime serão apresentados na DHPP de Cuiabá, onde prestarão depoimentos e aguardarão decisão judicial.
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