Instituto da Aprosoja que representa o agro recebeu R$ 72,9 milhões em 2021
Antônio Galvan criou o Iagro em 2019; ele é alvo de inúmeros processos, desde desmatamento a invasão de terras
O Instituto Mato-grossense do Agronegócio (Iagro), criado pela Aprosoja-MT em 2019 para fechar convênio com a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), recebeu R$ 72,9 milhões em 2021, referentes ao Fundo Estadual de Transporte e Habitação (FETHAB).
O Iagro é uma instituição, no mínimo, nebulosa. Até mesmo o site do Instituto é uma incógnita, onde não é possível conhecer os diretores ou mesmo acessar as certidões negativas, cujos links estão disponíveis na página, mas não direcionam a nada.
Na página há apenas uma descrição simples.
O Iagro é uma instituição, no mínimo, nebulosa. Até mesmo o site do Instituto é uma incógnita, onde não é possível conhecer os diretores ou mesmo acessar as certidões negativas, cujos links estão disponíveis na página, mas não direcionam a nada.
“O Instituto Mato-Grossense do Agronegócio é uma associação sem fins lucrativos ou econômicos que fomenta o agronegócio e apoia seus associados no financiamento e obtenção de recurso para seus projetos.”
Quem assinou o convênio como presidente do Iagro é ninguém menos que Antônio Galvan, ex-presidente da Aprosoja e justamente a pessoa que criou o Instituto para receber os recursos do Fethab. Atualmente, o presidente do Iagro é Fernando Cadore.
Galvan é alvo de inúmeros processos, que vão desde desmatamento a invasão de terras, chegando ao ápice: investigado pela Polícia federal por atos antidemocráticos em 2021, quando pediu a destituição do Supremo Tribunal Federal (STF), em defesa do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Galvan também foi denunciado pelo próprio filho, Rafael Galvan, por supostos atos de corrupção na direção da Aprosoja.
Em setembro de 2021 foi chamado a depor na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, durante a CPI da Sonegação Fiscal. Aos deputados, Antonio Galvan garantiu que a Aprosoja não recebe recursos públicos, é uma instituição sem fins lucrativos e bancada apenas pelos produtores rurais, que pagam 1,3% da Unidade de Padrão Fiscal (UPF) por tonelada de soja.
No entanto, a própria existência do Instituto Mato-grossense do Agronegócio confirma o recebimento de recursos públicos.
Outro lado
Infelizmente, no site da instituição ou em contato com assessoria de imprensa, o RepórterMT não conseguiu descobrir como os recursos repassados do Fethab são aplicados. A assessoria informou que o Instituto não irá se pronunciar.
Os extratos disponíveis no site da Secretaria de Fazenda (Sefaz) apontam o repasse total de R$ 72.946.421,48, de janeiro a dezembro de 2021. Confira:
Janeiro/2021 – R$ 317.231,51
Fevereiro/2021 – R$ 3.126.500,94
Março/2021 – R$ 19.726.656,58
Abril/2021 - R$ 20.233.447,42
Maio/2021 - R$ 10.540.871,66
Junho/2021 - R$ 6.268.814,65
Julho/2021 - R$ 3.590.976,05
Agosto/2021 - R$ 1.816.128,87
Setembro/2021 - R$ 2.132.396,94
Outubro/2021 - R$ 1.682.169,00
Novembro/2021 - R$ 1.813.169,97
Dezembro/2021 - R$ 1.698.057,89
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