Ex-PM que matou advogada em Cuiabá está isolado na triagem da PCE

Transferência atendeu uma solicitação do MPE, que alegou inconstitucionalidade na prisão do ex-policial em um Presidio Militar

Ex-PM que matou advogada em Cuiabá está isolado na triagem da PCE

O ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis (49), acusado de matar a advogada Cristiane Castrillon Tirloni (48) na madrugada do dia 13 deste mês, foi transferido do Presídio Militar, em Chapada dos Guimarães (70 Km de Cuiabá) na tarde do último domingo (22) para a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá.

Segundo informado à imprensa, o ex-PM está isolado na triagem da Penitenciária e, nos próximos dias, deverá receber a visita de assistentes sociais e psicólogos, que avaliarão o estado de saúde mental de Monteiro.

A transferência atende a uma solicitação do procurador-geral do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Deosdete Cruz Junior, que enviou uma notificação ao governador Mauro Mendes (UB), com cópias ao secretário de Estado de Segurança Pública, coronel César Roveri, e o secretário-adjunto de Administração Penitenciária, Jean Carlos.

No documento, Deosdete alegou inconstitucionalidade na prisão de Almir em um Presídio Militar, uma vez que o indiciado foi expulso dos quadros da Polícia Militar de MT, devendo assim, cumprir sua pena em uma prisão comum.

Segundo informações, diante da natureza do crime pelo qual foi acusado, bem como pelo risco à vida do acusado, gerado pela repercussão e comoção gerada pela morte da advogada, Almir está sozinho em uma das quatro celas do setor de triagem.

RELEMBRE O CASO

Cristiane Castrillon foi espancada e asfixiada até a morte na madrugada de 13 de agosto. Após o crime, Almir colocou o corpo da advogada no carro dela e, em seguida, levou o veículo até o estacionamento do Parque das Águas, deixando o automóvel e o cadáver da jurista no banco do passageiro.

Vítima e assassino se conheceram casualmente na noite do dia 12 de agosto, em um bar próximo à Arena Pantanal.

De lá, os dois saíram no carro da advogada, um Jeep Renegade. Eles foram até a casa de Almir, no Bairro Santa Amália, onde aconteceu o crime.

Segundo a Polícia Civil, Cristiane tinha várias lesões aparentes por espancamento e foi morta por asfixia. Além disso, através da perícia na casa de Almir, foram encontradas várias marcas de sangue no chão e quinas dos móveis da casa.

O corpo da vítima foi encontrado pelo irmão dela, através de um aplicativo de rastreamento instalado no celular da irmã, que mostrou o trajeto dela até ser encontrada no parque.

Os dados levaram a Polícia Civil até a casa de Almir, que foi preso em flagrante e autuado pelo crime.

“Foi um crime bárbaro que ficou caracterizado pelo feminicídio praticado em razão do gênero da vítima, sendo a vítima espancada e asfixiada até a morte pelo fato de ser mulher”, explicou o delegado Marcel de Oliveira, que atua no caso.