Desembargador que soltou ex-secretários presos por corrupção em MT é alvo da PF
Em MT, Cândido Ribeiro, do TRF-1, foi responsável pela soltura de Célio Rodrigues e do ex-secretário de Estado, Éder Moraes
O desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Cândido Artur Medeiros Ribeiro Filho (foto) é um dos alvos da Operação Habeas Pater, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (14) em Brasília, por suspeita de venda de sentenças a traficantes.
Além disso, o magistrado tem histórico recente de conceder liberdade a políticos mato-grossenses investigados pela Polícia Federal.
Em novembro de 2021, o magistrado concedeu liberdade ao ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Célio Rodrigues, preso pela PF em agosto de 2022 durante a Operação Cupincha, por supostos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Cuiabá e Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP).
Cândido Ribeiro também foi o responsável por conceder liberdade ao ex-secretário de Fazenda, da Casa Civil e secretário especial da Copa do Mundo em Mato Grosso, Eder Moraes, em junho de 2016, após prisão preventiva pela PF na famosa Operação Ararath, que investigou um mega esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional envolvendo autoridades políticas de MT.
Antes da decisão do magistrado, Éder estava condenado a 18 anos de prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota à imprensa, o gabinete de Cândido Ribeiro disse que a operação corre em sigilo e que o desembargador “não tem nada a declarar”.
Consultado por meio da assessoria de imprensa, o TRF-1 também não se manifestou sobre o caso.
O TRF-1 tem sede em Brasília e atua como segunda instância em ações e processos com origem na Justiça Federal nos estados de Mato Grosso, Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.
FILHO TAMBÉM É ALVO
Filho de Cândido Ribeiro, o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro, é também um dos alvos da Operação da PF desta terça-feira, pela suspeita de ligações com investigados da "Operação Flight Level 2".
Ravik tem seu escritório situado na Asa Norte da capital federal. Durante mandados de busca e apreensão, agentes da PF encontraram R$ 270 mil em dinheiro vivo em um cofre na casa do jurista.
Além do DF, outros 35 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos pela PF nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Maranhão, estado natal do desembargador Cândido Ribeiro.
As medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por casos envolvendo desembargadores.
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