Amiga confrontou ex-marido de Raquel Cattani no dia do crime: “Todo mundo aqui te conhece, seu falso”
Vídeo gravado no dia em que mentor do assassinato se apresentou à Polícia Civil na cena do crime mostra amiga da vítima revoltada com a atitude do criminoso.
Um vídeo divulgado nas redes sociais nesta quinta-feira (25) mostra o momento em que Olair Krasucki, uma das pessoas que conhecia a produtora rural Raquel Maziero Cattani (26), filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), “descarrega” sua raiva contra o ex-marido da produtora rural, Romero Xavier, na área da casa da vítima, morta com 34 facadas na última sexta-feira (19).
Logo após o corpo de Raquel ser encontrado pelo próprio pai na chácara da filha, no Assentamento Pontal do Marape, a 150 Km da área urbana de Nova Mutum (242 Km de Cuiabá), Romero foi até o local para supostamente se apresentar à Polícia Civil e gerar álibi, na tentativa de ser isentado do crime – momento em que foi surpreendido pela mulher, que se revoltou com a atitude do ex-genro de Cattani.
No vídeo, é possível ouvir a amiga da família em um acesso de raiva, atacando Romero e afirmando que todos ali sabiam de sua má índole.
“Você não adianta dar esse ‘sorrisinho vagabundo’ [sic.], que você vai pagar, seu falso!”, dispara Olair Krasucki, aos gritos.
“Deus sabe o que ‘tu’ fez, não adianta você dar essa risadinha, não. Todo mundo aqui, a população te conhece”, completou a amiga da família Cattani, que depois é interrompida por um homem, que pede a ela que vá embora dali.
Assim que se apresentou à Polícia no dia e no local do crime, Romero chegou a ser levado à delegacia, em Nova Mutum, onde prestou depoimento e foi liberado logo em seguida pela Polícia Civil, que informou horas depois que a participação do ex-esposo de Raquel no crime tinha sido descartada "preliminarmente".
Todavia, cinco dias depois e após ouvir várias pessoas, entre elas os pais de Raquel Cattani, a hipótese de latrocínio foi descartada e as investigações ganharam um novo rumo, ao ser descoberto que o crime tinha sido planejado por Romero e executado pelo irmão dele, Rodrigo Xavier, ambos presos nesta quarta-feira (24).
De acordo com a Polícia Civil, foi o próprio Romero quem levou o irmão em seu carro para o assentamento, em Nova Mutum, deixando-o escondido nas proximidades do sítio de sua ex-mulher horas antes do crime.
O ex-marido foi o primeiro a ser capturado pela Polícia Civil nesta quarta-feira (24).
Mais tarde, já no período da noite, o irmão dele foi preso em sua residência, na cidade de Lucas do Rio Verde (332 Km de Cuiabá). Com ele, os agentes encontraram alguns pertences da vítima, entre eles perfumes e uma faca.
CRIANDO ÁLIBI
Na quinta-feira (18) horas antes do assassinato de Raquel, Romero esteve com o deputado e ex-sogro, Gilberto Cattani, com quem almoçou e até chegou a chorar na frente dos ex-parentes, lamentando a separação de Raquel – atitudes que fizeram parte da criação de seu álibi e assim tentar ser isento da culpa pelo feminicídio, que seria cometido mais tarde por seu irmão, que já estava nas redondezas da casa de Raquel.
Após almoçar, ele foi até a casa da vítima, pegou seus filhos e os levou para a cidade de Tapurah (389 Km de Cuiabá), a fim de tirar as crianças do local, para que o irmão cometer o crime livremente, e também gerar mais provas de sua suposta “inocência”.
(Foto: Luísa Câmara/Primeira Página)
Romero Xavier (destaque) chegou a chorar durante velório da ex-esposa como parte de seu álibi.
Conforme as investigações, as 20 horas daquele dia, Rodrigo invadiu a residência de Raquel e a atacou, matando-a com 34 facadas. Em seguida, como parte da trama feita por Romero, ele quebrou uma TV no quintal e levou a moto e outros pertences da vítima, para simular um latrocínio. Depois, fugiu com a moto e o celular da ex-cunhada, que foram descartados por ele junto com a faca utilizada na ação em um rio, no caminho de volta para Lucas do Rio Verde, onde foi preso.
"LÁGRIMAS DE CROCODILO"
Em uma foto captada pelo site Primeira Página, é possivel ver o mentor do crime, Romero Xavier, "aparentemente desolado" e chorando ao lado de uma coroa de flores, enquanto é amparado por uma pessoa não identificada.
Contudo, as investigações mostraram que as lágrimas derramadas não passaram de mais uma etapa da criação do álibi para ser isento de culpa pelo feminicídio.
Ari Miranda
Única News
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