Sargento da PM que matou colega de farda após discussão tira a própria vida dentro de cela
TRAGÉDIA NA CASERNA
O 3º sargento da Polícia Militar de Mato Grosso, Gabriel Castella Cardoso, tirou a própria vida neste domingo (22). O militar da 18º Companhia Independente da PM, em São José do Rio Claro (295 Km de Cuiabá) tinha matado o 2º Sargento, identificado como Willian Ferreira. A informação foi confirmada durante live da TV Cidade Verde de São José do Rio Claro. Segundo a emissora, o suicídio ocorreu na cela do quartel e o agente usou uma arma.
No sábado Willian foi alvejado pelo menos seis vezes por Gabriel na própria unidade de polícia. Willian foi socorrido com vida e levado ao Hospital Municipal, porém, não resistiu aos ferimentos.
Gabriel, apontado como autor dos disparos estava com a sua guarnição de serviço e aguardava o 2º Sargento Willian para a troca de turno. Todavia, Willian só chegou no batalhão com aproximadamente 1 hora de atraso e bastante alterado. Willian Ferreira, teria partido para cima de Gabriel, que sacou a arma e abriu fogo contra seu companheiro de farda.
Após os disparos, Willian Ferreira foi socorrido e encaminhado ao hospital, onde morreu logo após dar entrada na unidade. Já o 3º Sargento PM Gabriel Castella, autor dos disparos, se entregou na própria sede da Companhia Independente da PM de São José do Rio Claro, logo após o crime. No entanto, neste domingo o militar acabou tirando a própria vida.
A Corregedoria da Polícia Militar deve instaurar um inquérito sobre o caso.
O comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes emitiu nota na manhã deste domingo (22) lamentando o episódio.
LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA:
É com atenção que acompanhamos desde ontem o triste episódio envolvendo dois irmãos de farda. Não apenas a PMMT está consternada, mas, principalmente, São José do Rio Claro, onde esses profissionais dedicaram suas vidas e hoje amanheceu de luto; pasma.
Desde as primeiras informações que davam conta de um desentendimento entre dois sargentos, que culminara em disparos de um contra outro, no interior da Unidade Policial, passando posteriormente a relatos de animosidade prévia entre os dois, inclusive rusgas antigas de conhecimento comum, citações apócrifas inclusive de assédio. Tudo isso, agora povoa as redes sociais bem como foi informado pela imprensa local durante a cobertura e, certamente, será apurado pelo inquérito policial militar. Nada do que circula nas últimas horas deve ser estranho ao trabalho rigoroso da investigação.
Para além da tragédia em que nos cabe imediatamente apoiar familiares, tropa e a cidade de São José do Rio Claro, resta ainda o alerta que episódios como esse sinalizam a nós, que é o devido cuidado com o ambiente de trabalho e nossa saúde mental, a nos demandar elevado autocontrole. Pois, considerando a carga emocional que suportamos bem como os níveis de estresse próprios a quem está no front da segurança pública, é necessário que todos estejamos atentos, cuidando de nossa mente e relacionamentos na caserna. Mas não só. Identificando quem está no limite e precisa de ajuda bem como aqueles que saturam negativamente os relacionamentos.
Encerro dizendo que episódios como ocorrido expressam realidades que muitas vezes só são observadas pela própria consciência e sentimentos de quem vive, e por isso, é tão difícil sua previsão. Cuidemos agora, e curemos, a tropa e a sociedade local que perdeu, cada um à sua maneira, duas referências no combate ao crime.
Alexandre Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
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