Justiça torna réu investigador que matou cabo da PM em Cuiabá

O juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, tornou réu o investigador de Polícia Civil, Mário Wilson Vieira da Silva, pelo homicídio qualificado do cabo da Polícia Militar Thiago de Souza Ruiz. A decisão foi proferida nesta quinta-feira (1/6).

A denúncia contra o investigador de polícia foi oferecida pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT) no dia 11 de maio. O MP apontou que o crime foi cometido por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

O crime aconteceu no dia 27 de abril deste ano, dentro da conveniência de um posto de combustíveis, no bairro Popular, em Cuiabá. O fato foi registrado por câmeras de segurança do local. Na decisão, Wladymir Perri requereu ainda a perícia das imagens, para verificar se não houve qualquer tipo de edição ou irregularidade. 

O magistrado determinou ainda que a audiência de instrução seja realizada no dia 27 de junho às 15 horas.

DENÚNCIA DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Conforme apurado no inquérito policial, Mário Wilson e um amigo foram até a conveniência e lá encontraram uma terceira pessoa, que apresentou o cabo da PM a eles. Segundo a denúncia, desde o início da conversa, Thiago e o investigador se “estranharam”, pela desconfiança de Mário sobre a condição de policial militar da vítima.

“A conversa seguiu no sentido de um indagar ao outras informações acerca das atividades e formação policial de ambos. Instante em que Thiago levantou a camisa para mostrar uma cicatriz de que era portador, momento em que Mário visualizou e se apossou do revólver que aquele trazia na cintura, afirmando que iria chamar a polícia para averiguar aquela arma. Neste interim, sacou da pistola que trazia consigo e apontou em direção a Thiago, após o que voltou sua pistola para a cintura e permaneceu com o revólver da vítima em mãos”, diz trecho da denúncia.

Após ter sua arma tomada, conforme o MPMT, Thiago tentou pegar o objeto de volta da mão do investigador, oportunidade em que os dois entraram em luta corporal, caindo no chão da conveniência. Durante a confusão, pessoas que estavam na conveniência tentaram separar os dois, porém a vítima acabou sendo atingida por vários disparos de arma de fogo efetuados pelo denunciado.

Mário se apresentou à polícia menos de 24h após ter cometido o crime. Em seu depoimento, não soube explicar o porquê tomou a arma do PM. Contudo, justificou que atirou por temer que a vítima o matasse durante o desentendimento.