Justiça Eleitoral teme que Comando Vermelho e PCC banquem candidatos em Mato Grosso
Corte Eleitoral irá monitorar campanhas em todo o estado, a fim de investigar possíveis "infiltrações" do crime organizado e financiamentos de campanhas em todo o estado.
Em reunião realizada essa semana, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) decidiu que irá monitorar as campanhas a prefeitos e vereadores em todo o Estado, no intuito de investigar possíveis financiamentos de facções criminosas a candidaturas nas eleições municipais deste ano.
Durante a reunião da corte eleitoral, o diretor-geral do Tribunal, Mauro Sérgio Rodrigues Diogo, destacou a problemática, que se tornou uma preocupação do TRE no estado. Segundo ele, a antecipação e o monitoramento rigoroso serão essenciais para evitar problemas como a compra de votos, financiamento ilegal de campanhas e ameaças.
Além disso, Mauro Diogo afirmou que a preocupação com a interferência do crime organizado nas eleições deste ano é uma questão que precisa ser acompanhada de perto, uma vez que existe a possibilidade de que facções se planejem para fazer um ou dois vereadores em algumas cidades do estado.
“Identificamos algumas situações nas eleições de 2022, e a ideia do serviço de inteligência é exatamente antecipar esses problemas. Se houver movimentações relacionadas à compra de votos ou ao crime organizado, o GGI [Gabinete de Gestão Integrada] atuará de forma preventiva”, explicou.
O GGI, que vem operando desde 2010, será fundamental para o monitoramento durante as eleições deste ano que, diferente das eleições de 2022, que tinham em torno de 600 candidatos no geral, poderão chegar a 14 mil em todo o estado nas eleições deste ano, que ocorrerão em outubro.
“Embora hoje não tenhamos nada concreto, a partir daqui, com o Serviço de Inteligência Todos Unido, a ideia é antecipar todos os fatos para que a gente não tenha problema”, destacou Diogo, ressaltando que, nas eleições gerais de 2022, foram identificados casos de financiamento ilegal de campanhas, compra de votos e ameaças.
O diretor-geral do Tribunal enfatizou que a eleição municipal deste ano, por ocorrer em um ambiente onde todos se conhecem, especialmente em cidades pequenas, poderá ser ainda mais suscetível à prática de “cabresteamento” de votos.
“Em cidades pequenas, onde todos se conhecem, poucos votos podem fazer diferença. Então, precisamos ajustar nossa logística para evitar esses problemas”, garantiu.
Diogo também mencionou que o monitoramento deve ser realizados não somente em campanhas para prefeito, mas principalmente de vereadores, enfatizando que muitos presidentes de bairros eleitos em 2020 podem ter sido financiados pelo crime organizado.
“Estamos sempre monitorando. Se identificarmos problemas durante o processo, atuaremos em conjunto com a Polícia Federal, a Polícia Militar, a Abin e o Exército. A ideia é monitorar tudo para agir preventivamente", pontuou.
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