Fantástico mostra megaoperação de caçada aos “cangaceiros de Confresa”

Operação Canguçu foi classificada como uma das maiores caçadas a criminosos do país

Fantástico mostra megaoperação de caçada aos “cangaceiros de Confresa”

Uma reportagem exibida pelo Fantátisco, da Rede Globo, na noite deste domingo (7), mostrou mais detalhes sobre a ação dos bandidos que promoveram momentos de pânico entre moradores da cidade de Confresa (1.060 Km de Cuiabá), no domingo de Páscoa (9/4) deste ano e os trabalhos da Operação Canguçu, deflagrada pela Polícia Militar de Mato Grosso em parceria com policiais de Tocantins, Pará, Goiás e Minas Gerais.

Armados com fuzis, cerca de 20 ladrões, agindo na modalidade “novo cangaço” invadiram a cidade para assaltar uma empresa de transporte de valores. No caminho até a transportadora, os criminosos entraram na base da Polícia Militar da cidade e atearam fogo em veículos.

Mesmo com toda a ação cinematográfica e a utilização de explosivos no cofre da empresa, os bandidos não conseguiram levar o dinheiro e fugiram da cidade, sentido ao Estado de Tocantins. Todavia, antes de sair de Confresa, fecharam estradas e atearam fogo em veículos, para evitar de serem perseguidos.

PMMT

 

Veículos utilizados na ação foram abandonados pela quadrilha.

Realizada no sudoeste tocantinense, a operação Canguçu completou, nesta segunda-feira (7), 28 dias de duração e alcançou a marca de 15 ladrões mortos e cinco presos. Cerca de 350 policiais de cinco estados seguem envolvidos no cerco ao bando.

Em mais de oito minutos de duração, a reportagem do Fantástico classifica a ação policial como uma das maiores caçadas a criminosos já realizadas no Brasil, destacando o drama vivido por prefeitos, produtores rurais e até gestores educacionais da região onde o grupo está sendo caçado, que tiveram as atividades interrompidas por medo de serem atacados.

Luzia Ayme, dona de casa que mora ao lado da empresa de valores, em Confresa, contou à equipe do programa de TV que sua casa ficou destruída por causa da explosão. Conforme a moradora, no dia do crime, ela estava com o filho pequeno. Desesperada, disse que chegou a pedir para os criminosos para sair.

"Eu pedi para sair com o meu filho, porque estava tudo desmoronando. Eles falaram: 'Vai e não olha para trás'", disse.

A reportagem também ouviu um dos cangaceiros presos, que revelou que o assalto havia sido planejado pelo grupo há pelo menos quatro meses.

O ASSALTO

Conforme a reportagem, os criminosos saíram no dia 9 de abril da cidade de Redenção (PA) e em carros blindados, seguiram por cerca de 400 km até Confresa. Lá, os suspeitos, que estavam em comboio, se dividiram. Enquanto um grupo ataca a base da PM na cidade, outro segue para a transportadora de valores para realizar o assalto, que acaba dando errado.

Na tentativa frustrada de assalto, as explosões danificaram casas e comércios vizinhos à empresa.

Reprodução/Rede Globo

Registro do bando que atacou Confresa em fuga pelo Rio Araguaia.

A FUGA

Após saírem da empresa sem levar nenhum centavo, o bando espalha terror pela cidade. Segundo a Polícia Civil, eles partiram de Confresa até Santa Terezinha, onde barcos esperavam a quadrilha, que fogem pelo Rio Araguaia sentido ao Estado de Tocantins.

Ao chegarem na Ilha do Bananal, eles aterrorizam ribeirinhos e indígenas da região. Em seguida, abandonam as embarcações e seguem na zona rural. No dia seguinte, é registrado o primeiro confronto com a Patrulha Rural da PM daquele Estado.

O CERCO

Parte do grupo continua escondido na região da Ilha do Bananal, no Tocantins. O cerco das forças de segurança, segundo o comandante do Bope de Mato Grosso, Frederico Correia Lima Lopes, tem pressionado os bandidos que se veem sem alternativas para fugir. As tentativas, porém, são muitas, inclusive por meio de pedidos de carona na estrada.

Vários armamentos pesados e munições foram apreendidos até o momento pelas Forças de Segurança na operação, inclusive fuzis que foram roubados da Polícia Militar de São Paulo.

Segundo as forças de segurança, o bando tinha integrantes dos Estados de São Paulo, Maranhão, Pernambuco, Goiás e Pará.