Após matarem professor, autores de latrocínio usaram carro da vítima para "curtir a noite"
Segundo a Polícia, autores de latrocínio que chocou a capital ainda utilizaram cartões do educador para gastarem em bares e festas da cidade.
Em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (10), a Polícia Civil revelou que os autores do latrocínio que vitimou o professor Celso Odinir Gomes (63), morto asfixiado e carbonizado na última sexta-feira (3), em Cuiabá, utilizaram o carro do educador, um VW Gol de cor branca, para “curtir” o final de semana na capital.
Os suspeitos, dois menores de idade de 16 e 17 anos, um rapaz de 18 e uma jovem de 20 anos, que seria namorada do adolescente de 17, já foram capturados pela equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá.
Conforme a Polícia, os suspeitos foram localizados e apreendidos após denúncias de pessoas que moravam perto da casa deles, que os viram entrando em um matagal no bairro Santa Terezinha, na região conhecida como “Linhão”.
“Acerca do proveito que eles tiveram, que este veículo foi utilizado por eles, da possível subtração de valores em relação aos cartões da vítima ou saques bancários, é necessário que a apuração consiga obter formalmente estes elementos, mas existe a possibilidade da motivação patrimonial, como crime de latrocínio”, disse o delegado de Polícia Civil, Roberto Amorim.
Em depoimento logo após a prisão dos três rapazes, o adolescente de 17 anos afirmou que cometeu o crime sozinho, após pedir uma carona ao professor. Depois de uma discussão – ainda não se sabe o motivo – o infrator aplicou um golpe “mata-leão” em Celso e o matou asfixiado. Em seguida, o corpo do educador foi levado para uma área de mata na região da Lagoa Trevisan, zona rural de Cuiabá, onde foi carbonizado.
Após desovar o corpo da vítima, a polícia revelou que o adolescente e seus comparsas utilizaram o carro e os cartões bancários de Celso logo após o crime, indo a festas e bares da cidade. O veículo inclusive, recebeu uma multa por alta velocidade em um radar, no bairro Jardim Imperial, onde foi visto por populares.
Segundo as investigações preliminares, o crime foi um latrocínio – roubo seguido de morte. O menor queria subtrair o carro do professor, além de valores e cartões, ao pedir a carona.
“A princípio, pelas declarações e pelas informações que nós temos, houve uma situação de que um desses indivíduos, o adolescente (de 17 anos), teria pego uma carona. Houve um contexto que acabou resultando nas agressões por parte desse adolescente, que acabou ceifando a vida da vítima. Todos os outros indivíduos ali que estão identificados, teriam contribuído para a ocultação do cadáver da vítima”, explicou o delegado Maurício Maciel.
De acordo com Maurício, não há qualquer elemento que aponte que os envolvidos já conhecessem o professor anteriormente.
“Nesse contexto também foi feita a subtração do veículo da vítima, sendo possível a motivação patrimonial, que se vê aqui no latrocínio, mas o contexto não indica que houvesse um conhecimento prévio, uma relação entre os suspeitos e a vítima. Aparentemente, pelo menos ao que tudo nos indica, houve uma situação ocasional, que fez com que esses caminhos cruzassem”, ressaltou
Sobre a participação da garota de 20 anos, que não teve a identidade revelada, ela era responsável por vender contas para que fossem aplicados golpes em plataformas de vendas e teria um relacionamento com o adolescente de 17 anos, autor do homicídio. A jovem desconfiou do motivo dele estar com um carro, acreditando ser produto de um furto, e depois o incentivou a confessar o crime.
Desaparecimento e morte
Celso era professor de matemática e fazia parte do quadro de docentes do Colégio Salesiano Santo Antônio, na região do Coxipó, em Cuiabá. Ele tinha saído de sua casa, no bairro Dom Aquino, na última sexta-feira (3) e iria para a cidade de Santo Antonio de Leverger (33 Km de Cuiabá), visitar um imóvel de sua propriedade. Desde então, o educador não foi mais visto.
O veículo dele, um VW Gol de cor branca, foi encontrado pela Polícia Militar na terça-feira (7), abandonado em uma área de mata no bairro Santa Terezinha, em Cuiabá. Além disso, uma prova e os dois cartões bancários do professor foram encontrados em outros dois pontos da cidade, nos bairros Jardim Imperial e Parque Cuiabá.
Equipes da Polícia Civil e Perícia Oficial (Politec) de Cuiabá estiveram no local avaliando a cena do crime.
Posteriormente, os restos mortais do professor foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) da capital, onde passaram por exames de necropsia e foram liberados para os procedimentos fúnebres.
Os suspeitos do crime encontram-se detidos provisoriamente na DHPP de Cuiabá, onde prestarão depoimentos e aguardarão decisão judicial.
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