TRF-1 nega liberdade a coordenador da Funai, policial e fazendeiro envolvidos em arrendamento de terra indígena
Caso do arrendamento da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) manteve a prisão do coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) no município de Ribeirão Cascalheira (a 765 km de Cuiabá), Jussielson Gonçalves Silva, do sargento da Polícia Militar Gerrard Maximiliano Rodrigues de Souza e o fazendeiro Enoque Bento de Souza, alvos da Operação Res Capta, deflagrada pela Polícia Federal na última quinta-feira (17).
Segundo os autos, os denunciados estariam envolvimentos no arrendamento da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé.
A audiência de custódia ocorreu na tarde da quinta. Segundo informações da Justiça Federal, o Judiciário negou liberdade aos envolvidos e manteve a prisão preventiva. O processo permanece em segredo de justiça e deve ter novos desdobramentos.
O cacique indígena Damião Paridzané é apontado como um dos líderes do esquema, recebendo R$ 899 mil pelo arrendamento do local a cerca de 35 fazendeiros ricos. A Justiça chegou a determinar a sua prisão, contudo, o cacique foi liberado para responder em liberdade, já que outros indígenas dependem dele.
Na terra indígena, é possível ver que grande parte dos nativos vivem em situação de pobreza e vulnerabilidade social. Contudo, a realidade do cacique era diferente, já que ele tinha até uma caminhonete SW4. O valor de R$ 899 mil deveria ter um incremento para R$ 1,5 milhão até metade desse ano, acaso o esquema não tivesse sido desarticulado.
“A ideia deles era diminuir para 10 arrendatários até o meio do ano. Eles estavam expulsando os com menor poder aquisitivo, mesmo que fossem ricos e pudessem pagar, eles estavam sempre tentando sempre trocar os arrendatários com menor poder aquisitivo com os de maior poder aquisitivo, para ganhar mais”, pontuou a assessoria da PF.
Apesar de não ter sido preso, o líder indígena teve as suas contas bloqueadas, com limite de saque de até R$ 20 mil por mês.
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