Procurador da AL é preso após agredir garota de programa em Cuiabá

Para se proteger do suspeito, vítima se trancou na sacada do apartamento e acionou a Polícia Militar

Procurador da AL é preso após agredir garota de programa em Cuiabá

Um procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), identificado pelas iniciais B.C.C.C (53), foi preso na manhã deste sábado (19), em Cuiabá, acusado de enforcar uma garota de programa de 19 anos e mantê-la em cárcere privado em seu apartamento, no bairro Araés.

A denúncia foi feita pela própria vítima, que para se proteger do suspeito, trancou-se na sacada do apartamento e ligou para o 190.

Segundo o boletim de ocorrência, no momento em que os policiais militares chegaram ao local, foi solicitado a B.C. que abrisse a porta do apartamento. Contudo, ele se recusou, sendo necessário fazer o arrombamento do local.

Para chegar ao suspeito, os policiais militares tiveram que arrombar a porta de acesso e, em seguida, a porta do quarto do denunciado, onde ele foi encontrado armado com uma faca, tentando acessar a sacada, onde estava a vítima do servidor.

Ele resistiu à abordagem e ainda ameaçou atirar contra os PMs caso se aproximassem. Por diversas vezes, os policiais pediram ao procurador que se entregasse à equipe, porém com as recusas seguidas, os PM precisaram fazer o uso moderado da força para conter o denunciado, que acabou preso.

No apartamento de B.C, os militares encontraram um papelote de cocaína. Em relato aos agentes, a jovem afirmou que haviam outros papelotes do entorpecente, porém foram consumidos por B.C ao longo da madrugada.

O homem foi encaminhado para a Central de Flagrantes para prestar esclarecimentos sobre o caso.

VERSÃO DA VÍTIMA

A jovem disse que trabalha como garota de programa e o procurador era seu cliente. Aos policiais, ela afirmou ter sido contratada pelo cliente para ficar com ele das 2h às 6h30 deste sábado. Todavia, quando o horário de encerramento do programa chegou, ela foi impedida por B.C de sair do seu apartamento.

De acordo com o boletim de ocorrência, o servidor público procurador teria enforcado a profissional do sexo e segurado ela pelo braço para que não saísse do quarto, momento em que ela começou a gritar e correu para a sacada do apartamento, onde se trancou e ligou para a Polícia.

REINCIDENTE

Segundo o boletim de ocorrência, B.C.C.C tem antecedentes anteriores pelo mesmo tipo de crime.

Em 19 de abril de 2017, ele foi preso pelo mesmo tipo de crime, acusado por outra garota de programa de 22 anos. A jovem que o denunciou na ocasião, conforme a Polícia Civil, teria fez um relato muito similar a atual ocorrência envolvendo o servidor.

Segundo a garota de programa, ao chegarem no apartamento do procurador, ele começou a usar drogas e ofereceu a ela, que recusou. Depois de um tempo consumindo o entorpecente, a jovem disse que B.C começou a ter alucinações, falar sozinho e ficou agressivo.

Em determinado momento, o homem teria ego uma faca e tentado atacá-la. Assustada, a jovem começou a gritar por socorro e conseguiu chamar a Polícia Militar, após se trancar na cozinha. Dias depois, a garota retirou a queixa-crime de ameaça que havia registrado contra o procurador.

SOFRERÁ SANÇÕES

Em nota divulgada na manhã deste sábado, a Procuradoria-Geral da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) se manifestou sobre o caso e afirmou que o servidor será imediatamente afastado e responderá a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), para aplicação das medidas previstas em lei e providenciada assistência à vítima no que for necessário.

Leia a nota na íntegra:

"Sobre os fatos noticiados na manhã deste sábado (19) envolvendo conduta imputada a servidor desta Procuradoria-Geral, no âmbito de sua esfera privada, manifestamos nosso veemente repúdio ante qualquer ato de violência contra a mulher.

Assim, em razão do referido fato e circunstância, este órgão informa que o servidor será imediatamente afastado pelo Exmo. Sr. Procurador Geral da ALMT, bem como será aberto processo administrativo disciplinar para aplicação das medidas previstas em lei e providenciada assistência à vítima no que for necessário."