Mauro evita comentar operação, mas ressalta confiança em PMs
“Eu não conheço os detalhes da investigação da operação, mas eu conheço muito bem a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Confio na Polícia Militar....
O governador Mauro Mendes (União Brasil) evitou tecer comentários acerca da Operação Simulacrum, que prendeu 81 policiais militares nesta quinta-feira, 31 de março. Ele afirmou desconhecer os detalhes para opinar a ação, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Estado (MP-MT) para desarticular um suposto grupo de extermínio que já teria executado 24 pessoas, em confrontos que não teriam existido. Mauro conversou com jornalistas nesta noite de sexta-feira, 1º de abril, durante a solenidade de posse do novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mendes.
“Eu não conheço os detalhes da investigação da operação, mas eu conheço muito bem a Polícia Militar do Estado de Mato Grosso. Confio na Polícia Militar, confio nas nossas Forças de Segurança e tenho certeza que tudo haverá de ser esclarecido. E hoje eu vi, inclusive na imprensa, o currículo dos meliantes que foram vítimas nessa operação. Então, eu continuo acreditando nos nossos policiais militares e na nossa Força de Segurança”, disse.
O ‘currículo’ citado por Mendes é a extensa ficha criminal dos 24 homens, cujas mortes estão sendo apontadas pela operação como supostas execuções. Ao todo, os criminosos possuíam mais de 200 passagens pela polícia.
Tecer comentários pode ser delicado para o governador, que está no meio de um conflito gerado entre as duas polícias. Isso porque, embora a operação tenha mirado 81 policiais, sua deflagração causou desconforto e fez figuras da política levantar suas vozes contra ela.
Chefe do Estado de Mato Grosso, Mauro é a maior autoridade das duas polícias. Se elogiar a operação, afagando o trabalho da Polícia Civil, se desgasta com os policiais militares, que alegam estar vivendo uma inversão de valores. Se critica a operação em defesa dos policiais investigados, descredibiliza o trabalho da PC, que se debruçou a analisar os casos.
De Mendes, as falas devem continuar discretas em relação à operação, principalmente em ano eleitoral, onde qualquer fala tirada – ou não – de contexto pode significar perda de votos.
O CASO
A Operação Simulacrum foi deflagrada após evidências de que as mortes de 24 pessoas não tenham sido por confronto com policiais, mas fruto de execução. Esses criminosos seriam atraídos por uma pessoa ligada a policiais militares sob o pretexto de cometer pequenos delitos.
Quando chegavam ao local marcado, ainda segundo as investigações, se deparavam com os policiais militares e ali já eram executados. A tese é que esses agentes, 81 no total, registraram os documentos oficiais justificando a morte como confronto.
As execuções teriam por objetivo promover o nome da corporação e dos batalhões aos quais os policiais são membros.
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