Júlio critica aliança entre PT e União Brasil e aponta "racha" entre membros

Deputado estadual eleito avaliou como arbitrária decisão do partido de se aliar ao presidente Lula (PT)

Júlio critica aliança entre PT e União Brasil e aponta

O ex-governador de Mato Grosso e deputado estadual eleito, Júlio Campos criticou a executiva nacional de seu partido, o União Brasil, após o ter indicado nomes para cargos em ministérios da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Campos avaliou a decisão como arbitrária, destacando que a direção do União sequer consultou os membros da base nos estados, que em sua maioria caminharam ao lado do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições presidenciais, demonstrando que a decisão em gerando um ‘racha’ dentro da agremiação política.

“O União Brasil como partido ainda não existe, porque as bases políticas nunca foram consultadas. É um partido com comissão provisória. No estado não tem, na União tem um diretório nacional, que nunca conversou com nenhum dos seus membros, de seus parlamentares, em termos de ouvi-los, se querem ou não participar da base. Essa decisão foi uma decisão pessoal, de um grupo de deputados e senadores que têm tendências governistas e que querem assumir posições no governo Lula”, disse Júlio na sexta-feira (30.12).

Na aliança, o União Brasil conseguiu três ministérios no governo do presidente Lula. Daniela de Souza foi anunciada ministra do Turismo; Juscelino Filho, na Comunicação; e Waldez Góes, que é integrante do PDT, de Ciro Gomes, mas foi indicado pelo União.

Conforme Júlio Campos, para fazer parte da base do governo, uma porcentagem dos deputados e senadores eleitos pelo partido têm se posicionar como base no Congresso Nacional, o que não ocorre no União Brasil. Porém, o presidente nacional da agremiação, Luciano Bivar, disse que o União, mesmo com indicados no governo, não comporá a base de Lula no Congresso.

“Não entendo como um partido que assume três ministérios no governo do PT, não vai fazer parte da base política. Eu acredito que pelo menos a maioria absoluta estará votando no Congresso Nacional com o presidente, o governo Lula. Caso contrário, não teria sentido o partido aceitar participar do governo com titular de ministérios, alguns de certa importância, na administração pública federal”, questionou.

“FADADO AO FRACASSO”

Na semana passada, Júlio já havia criticado as decisões arbitrárias da executiva nacional do União Brasil, afirmando que o partido estaria ‘fadado ao fracasso’ caso fizesse parte da base aliada do presidente Lula se os diretores nacionais do partido não ouvissem o posicionamento dos parlamentares que foram eleitos e reeleitos para Câmara e Senado Federal.

Júlio foi categórico em afirmar que o União vai repetir o mesmo erro das eleições de 2022, quando lançou a candidatura da senadora Soraya Thronicke à presidência, sem nenhum grande apoio, inclusive dos próprios membros e que resultou em pouco mais de 600 mil votos para a candidata.

“O partido poderia ficar independente, apoiar os bons projetos de interesses do governo federal, mas sem, inicialmente, ocupar cargo. 80% das bases, ou mais, do atual União Brasil votou com Bolsonaro e perdeu. Quem votou e perdeu deve ser oposição. Não sendo oposição, pelo menos deve ser independente”, concluiu Júlio.