Justiça condena engenheiro e mais dois que escavaram túnel na PCE
Fato aconteceu em setembro de 2022. Grupo criminoso escavava passagem para fuga de líderes do Comando Vermelho presos na Penitenciária Central do Estado
Da Redação
Única News
O juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, condenou três pessoas que tentaram, em 2022, esquematizar uma fuga de lideranças do Comando Vermelho, presas na Penitenciária Central do Estado (PCE-MT), em Cuiabá. Um túnel chegou a ser aberto, partindo do subsolo de uma residência, no bairro Jardim Industriário, para que os faccionados escapassem. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (19).
No mesmo processo, foram condenados a 8 anos e três meses em regime fechado o engenheiro civil Anderson Ramos da Cruz, que seria um integrante da cúpula do Comando Vermelho, movimentando R$ 2,5 milhões apenas no período de julho a setembro de 2022, e o “empreiteiro” do grupo criminoso, Oziel Jorge do Nascimento, que teria trazido os escavadores do estado do Ceará para fazer o túnel da residência até a PCE. Ambos pegaram 8 anos e 3 meses em regime fechado.
O terceiro condenado, identificado como Felipe Michel Passos Corrello, pegou 6 anos e 3 meses de prisão. Ele é apontado como um “intermediador” de recursos entre a facção criminosa e os “operários” responsáveis pela construção da passagem.
Na mesma decisão, o juiz também absolveu três outras pessoas - Jéssica Pereira de Jesus, Conrado Rego Ribeiro e Luiza Vieira da Costa -, inicialmente denunciados, mas que não foram condenados por falta de provas.
“O réu, engenheiro civil, movimentou, entre os meses de junho e setembro de 2022, cerca de R$ 2.500.000,00, valores tidos como incompatíveis com a atividade profissional por ele desempenhada. Mais ainda, foram descortinadas outras ações e movimentações financeiras atípicas e suspeitas, tais como transferências bancárias entre ele e outros corréus, recebimento de dezenas de milhares de reais em depósitos fracionados no mesmo dia que os escavadores chegaram em Cuiabá/MT”, diz trecho das investigações.
RELEMBRE O CASO:
O PLANO
O plano de fuga da PCE foi anulado em 13 de setembro de 2022, após uma denúncia anônima feita à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Civil de MT.
Segundo as investigações o grupo atuava há aproximadamente um mês no local, desde que alugaram a residência, onde foram descobertos vários sacos cheios de terra, retirados pelo bando de dentro do buraco. 14 pessoas foram presas, incluindo três adolescentes.
Os escavadores, especializados na atividade de mineração vieram do Ceará com a promessa de ganhar R$ 1 mil por dia trabalhado e já tinham escavado 30 dos quase 270 metros necessários para a conclusão do plano de fuga
Para dar suporte à ação, o bando montou todo um aparato para andamento das “obras”, como sistema de ventilação e iluminação do túnel, captação e estocagem de água, estoque de alimentos, bem como a contratação de faxineiras e cozinheiras para limpeza da casa e preparação das refeições para os escavadores.
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