Jornalista e cabo da PM são alvos de operação no norte de MT
Juvenilson Martins, conhecido como “Mister Tripa” e o cabo PM Clóvis Machado teriam ligação direta com a facção “Tropa do Castelar”
O jornalista Juvenilson dos Santos Martins, popularmente conhecido como “Mister Tripa”, da cidade de Paixoto de Azevedo (672 Km de Cuiabá) foi um dos 12 alvos de prisão da 2ª fase da Operação Dissidência, realizada pela força-tarefa da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar e Polícia Civil na tarde de quarta-feira (08).
De acordo com as investigações, Juvenilson tinha contato com os integrantes da facção “Tropa do Castelar”, uma dissidência do Comando Vermelho (CV). A guerra entre as duas facções tem causado uma onda de assassinatos na região centro-norte de Mato Grosso e levado pânico aos moradores.
As investigações apontaram que Juvenilson seria informante da Tropa do Castelar. Em áudio dele em conversa com o investigado Daniel Toscano, Juvenilson diz que constantemente se deslocava para Cuiabá em um carro de “imprensa” e que dificilmente seria parado por viatura policial.
Segundo a polícia, há indícios do jornalista estar vinculado com a organização criminosa e teria se tornado indispensável para as práticas de crimes e transporte de produtos ilícitos para a facção.
Em vídeo, o jornalista negou fazer parte da facção, afirmando que isso seria uma “retaliação” por ser um repórter investigativo.
“Quem é jornalista investigativo sabe bem o que é perseguição política. Isso é uma prisão política! Eu não tenho envolvimento nenhum com crime organizado, não tenho contato com faccionado. Eu tive contato com um ex-faccionado, que tinha intenção de fazer uma delação, de entregar uma pessoa que eu estava investigando”, disse.
Policial informante
Além do jornalista, o cabo da Polícia Militar, Clóvis Machado, também é investigado por participação nas operações da facção Tropa do Castelar.
Conforme as investigações, o policial, que reside em Marcelândia (676 Km de Cuiabá), seria informante de Maria Magnólia Leite e Matheus Bruno de Lima, integrantes da Tropa do Castelar. Ele usava do cargo público e das informações privilegiadas para repassar aos comparsas avisos de eventuais operações policiais, consultando inclusive outros colegas de corporação, para que seus cúmplices estivessem sempre bem informados. O cabo atuava ainda na execução de membros do Comando Vermelho, auxiliando dessa forma, as práticas criminosas da facção.
Matheus Bruno é um dos fundadores e liderança da nova facção. Ele era o responsável pelo comércio de drogas na região de Sorriso a Peixoto de Azevedo. Já Maria Magnólia tinha a função de promover a facção, por meio de estatuto e divisão de tarefas, estabelecendo regras que definem e orientam as ações criminosas estruturadas e sistêmicas entre os membros e integrantes através de núcleos autônomos responsáveis pela prática de diversos crimes, entre eles o tráfico de drogas.
Por se tratar de envolvimento de um policial militar, a juíza da 7ª Vara Criminal, Ana Cristina Mendes, determinou o desmembramento do caso e envio do processo para a Justiça Especializada Militar, com cópia integral para a 11ª Vara Criminal de Cuiabá.
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