Ex-secretário era responsável por facilitar entrada de droga da Bolívia a MT

OPERAÇÃO DESCOBRIMENTO

Ex-secretário era responsável por facilitar entrada de droga da Bolívia a MT

O ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), Nilton Borgato (PSD), era um dos responsáveis por facilitar a entrada de cocaína pela Bolívia a Mato Grosso, de acordo com uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo (24). Posteriormente, a droga era levada a Jundiaí, em São Paulo, e encaminhada a países da Europa, como Portugal, escondida na fuselagem de jatinhos de luxo.

O esquema foi desarticulado pela Polícia Federal (PF) na última terça-feira (19), no âmbito da Operação Descobrimento. Além de Borgato, também foram alvos da operação a doleira Nelma Kodama e o lobista Rowles Magalhães – apontados como integrante do primeiro escalão da organização criminosa.

 

Presa em Portugal, Nelma já está em processo de extradição para o Brasil e pode ser transferida de país em menos de dois meses. Conversas entre a suspeita e Rowles, ao qual o Única News teve acesso, relatam com riquezas de detalhes a importante participação de ambos no envio de drogas. A doleira utilizaria um endereço no país eurpeu para retirar o dinheiro em espécie.

A reportagem destacou ainda que maior parte da droga transportada seria da maior facção criminosa de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC), representada por Marcelo Lemos, que está foragido.

O objetivo da facção era fazer pelo menos três viagens por mês a Portugal, com um contrato de mais de 10 milhões de euros. O grupo pretendia ainda comprar a empresa OMNI de táxi aéreo.

Na última quinta-feira (21), Nilton, Rowles e Kodama, dentre outros réus, passaram por audiência de custódia pela Justiça Federal da Bahia e seguem presos. O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pela manutenção das prisões.

Veja aqui a reportagem exibida pelo Fantástico na íntegra.

Entenda o caso

A PF deflagrou a operação na última terça-feira (19). As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

Segundo a PF, Borgato e Rowles aparecem como um dos principais integrantes da organização, junto a outras pessoas que também lideravam o esquema. Os agentes afirmaram que chegaram até os réus por meio de técnicas investigativas e devido à ação de inteligência da Polícia.