Comandante da PM critica "liberação" da maconha e diz que consumo livre pode derramar sangue de policiais
As investigações apontam que o sargento Odenil foi vítima de latrocínio. Segundo a família do assassino estava sob efeito de drogas quando cometeu o crime
O comandante-geral da Polícia Militar em Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, criticou a descriminalização do porte de maconha, aprovado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (26), avaliando que a medida pode derramar ainda mais sangue de policiais, como no caso do sargento da Polícia Militar Odenil Alves Pedroso.
As investigações apontam que o sargento PM foi vítima de latrocínio. Segundo a família do criminoso apontado como assassino do militar, Raffael Amorim de Brito estava sob efeito de drogas quando cometeu o crime. A versão ainda é investigada.
Coronel Mendes teme que o consumo livre de maconha potencialize crimes como este. Mesmo porque o usuário precisa do traficante e este por sua vez precisa ou deseja o sangue dos policiais que combatem o tráfico, conforme a lógica do coronel.
"Cabe indagar como será viver num país onde o consumo de maconha agora passa a ser ainda mais livre; como se cada usuário não precisasse de um traficante e este do sangue de outros Odenils", salientou o comandante-geral, apontando que a decisão é uma péssima contribuição à segurança pública.
Morte do Sargento
O sargento Odenil foi morto no dia 28 de maio, enquanto estava em horário de serviço. Lotado no 3º Batalhão da PM, ele estava escalado para trabalhar e fazia o policiamento na UPA Morada do Ouro. Ele lanchava em um estabelecimento em frente à unidade quando foi baleado, chegou a ser socorrido, mas morreu em cirurgia.
Ele trabalhava para conseguir um "dinheiro extra" e complementar sua renda familiar.
Porte de maconha
Após nove anos o STF aprovou, por 6 votos a 3, a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e fixou a quantia de 40 gramas para diferenciar usuários de traficantes. Agora, é lícito adquirir, guardar, e transportar ou trouxer a droga, desde que seja para consumo pessoal.
No entanto, a decisão não legalizou o porte da maconha, que a partir de agora é considerado como comportamento ilícito. Ainda fica vedado o uso da droga em lugares públicos, mas a punição para o delito sai da esfera criminal e passa a ter apenas natureza administrativa.
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